Estou contente por me unir a vocês nesta nossa grande luta pela defesa da vida.
Dezassete anos atrás, viemos ao mundo, vimos pela primeira vez a luz do dia, eramos mais uns no meio dos milhares de habitantes deste mundo. Mundo este em constante evolução, constante mudança, um autêntico globo minado de coisas boas e más, que nos influenciam no nosso crescimento e na nossa maneira de ser e pensar que continuarão a influenciar sempre durante toda a nossa vida.
Mas, dezassete anos depois, ainda somos frágeis indivíduos, à mercê de tudo o que nos rodeia.
Dezassete anos depois, ainda não formamos a 100% a nossa personalidade, aprendemos a cada dia que passa, criamos novas opiniões e lutamos pelos nossos objectivos. Assim, temos de assumir uma perspectiva crítica e educar a nossa consciência, para nos tornarmos jovens confiantes e preparados para enfrentar esta sociedade em decadência. Assim, nós temos de criar dentro de nós princípios nos quais nos vamos basear em todas as acções de hoje e do futuro.
De certo modo, nós temos como missão mudar certos rumos para os quais o mundo está a encaminhar-se, temos de nos ajudar uns aos outros, pois fazemos todos parte de uma única sociedade.
Actualmente, estão a ser aceites como válidos certos princípios, ideias e crenças que vão contra a dignidade do homem, contra a liberdade e contra a própria vida. Estas leis, criadas com base nestes princípios, deveriam defender os cidadãos e respeitar os direitos humanos, e não, condenar os inocentes.
Mas nós temos de nos recusar a aceitar essas leis que reflectem tudo menos justiça. Nós recusamo-nos a ser cúmplices de qualquer crime e por isso devemos condená-los, não podemos aceitar algo que vai contra a pessoa humana e contra aquilo em que acreditamos.
Nós também temos de ter um papel activo nesta sociedade, lutar pelos nossos direitos e também pelos direitos daqueles que não se podem defender. Este é o momento de abrirmos os olhos e corrigirmos os erros desta sociedade.
Agora é o tempo de fazermos algo.
Agora é o tempo de transmitirmos as nossas crenças e a verdade ao resto do país e talvez ao mundo.
Agora é o tempo de sermos alguém, de enfrentar tudo e todos, de ir contra a corrente, distinguindo sempre o bem do mal, sem nos deixarmos cegar pela ganância, pela inveja ou pelo comodismo do mundo moderno.
Seria fatal para centenas de crianças negligenciar a urgência deste momento. Este Inverno frio e calmo vai deixar de o ser, porque nós vamos entra na batalha. Não podemos deixar-nos enganar pelos falsos argumentos usados pelo outro lado da maré, temos de lutar para que este novo ano, 2007, seja marcado pela perseverança dos portugueses, deste país que demonstra que ainda sabe o que são os direitos humanos. Saibamos nunca desistir perante os obstáculos, temos de ter um coração forte: “Vale mais amar”.
Mas há algo que eu tenho a dizer a todo vós, podemos não passar de jovens ainda com pouca experiência de vida, mas não é por isso que deixamos de conhecer esta sociedade e, perante isso, termos a nossa opinião e fazermos algo para a defender. E é por isso que, ao ter o privilégio de participar nesta campanha pela defesa de algo tão nobre: a vida humana, quero acima de tudo passar esta mensagem: “ Defendam a vida acima de tudo porque é a coisa mais preciosa que podemos ter e todos tem o direito a esta preciosidade, todos temos o direito a viver”.
Nós não podemos estar satisfeitos enquanto houver quem disser que tem o direito a optar pela vida ou morte de uma pessoa indefesa, porque sendo um ser humano independente de quem o gerou, tem o completo direito à vida e ninguém o pode negar. A morte não e solução para nenhuma desgraça e pobreza. Nós não estaremos satisfeitas enquanto grávidas e mães solteiras não forem apoiadas e não lhes forem oferecidas as condições mínimas para criarem os seus filhos em vez de lhes oferecerem a morte dos mesmos.
Eu não me esqueço que algumas de vós são já heroínas e exemplo de coragem para muita gente porque, apesar de tudo e de todos, seguiram o caminho mais difícil talvez sem o mínimo de apoio e tiveram a coragem de lavar a gravidez até ao fim, de trazer mais uma vida ao mundo, de passarem por dificuldades inimagináveis e inúmeros momentos difíceis sem nunca desistirem, e que no fim são verdadeiras vencedoras de uma grande luta que não foi fácil mas com um final feliz.
Eu digo-vos hoje, a todos: sejam corajosos porque nem tudo na vida e fácil, há que lutar, e se as coisas não correrem como esperam, temos de saber mudar a nossa vida em função desses imprevistos, que até podem vir a ser muito positivos.
Eu tenho um sonho: que um dia o direito à vida não seja posto em questão.
Eu tenho um sonho: que os erros dos outros sejam como lição para todos nós e que não como um exemplo a seguir ou até mesmo a ser tomado como lícito.
Eu tenho um sonho: que um dia este país se torne ainda melhor graças a todas aquelas crianças que vivem e viverão graças às restrições da lei actual e que nesse dia todos compreendam como cada pessoa é única e indispensável nesta grande nação que é Portugal.
Eu tenho um sonho, que esta sociedade deixe de se auto intitular como justa, mas que se torne realmente justa mesmo que tal facto não seja reconhecido por todos. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho: que um dia sejam respeitados os direitos humanos em qualquer parte do mundo. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho, que um dia o estado compreenda a necessidade de apoiar e financiar as instituições de apoio à grávida e às crianças e que o faça o mais urgentemente possível.
Esta é a nossa esperança. Este é, para além de um sonho, um desejo que pretendo realizar num futuro próximo. Com este desejo podemos mudar, não tudo, mas muitas coisas neste país. Com este desejo, pretendemos acima de tudo defender mães e filhos. Este será o ano em que voltaremos a manifestar o nosso desejo de que mães e filhos possam ser felizes, e, que todas as crianças possam crescer e desenvolver-se aconchegado no ventre materno das suas mães e saberem que poderão também ver a luz do dia porque as suas mães as deixarão viver.
“Mãe, obrigado por teres partilhado tudo comigo durante nove meses,
Por me teres deixado vir ao mundo,
Por me teres dado a vida!”
E se Portugal é um país com princípios, isto tem de se tornar verdadeiro.
E assim esperarei um resultado justo neste referendo.
E assim esperarei uma reprovação a esta proposta, na belíssima Invicta.
Esperarei uma grande reprovação na capital.
Esperarei uma grande reprovação nas praias Algarvias.
Não apenas isso. Esperarei na histórica Coimbra.
Esperarei uma grande reprovação na fria Serra da Estrela
Esperarei uma grande reprovação no berço, Guimarães.
Em todas as cidades, em todo o país, esperarei o direito à vida
E quando isto acontecer, quando estabelecermos correctamente as nossas prioridades, quando for permitido a todos o direito à vida, independentemente da sua condição, quando deixarmos de achar que podemos tomar decisões pelos outros, quando reconhecerem que um bebé é uma pessoa desde o momento da concepção (por é uma verdade cientificamente adquirida) e portanto tem direito à vida, nesse dia todos os bebés poderão dizer:
“Sou reconhecido como alguém afinal, sou alguém afinal
Sou finalmente reconhecido como uma pessoa independente
Com direito à vida, sou alguém afinal.”
sábado, 13 de janeiro de 2007
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2 comentários:
Adorei o texto acho que com este texto não vai haver nenhum não em Portugal... Bem principalmente venho deixar o meu apoio pelo Não e como realizo 18 anos daqui a pouco tempo vou poder fazer uma cruz bem grande e carregada no NAO... ps.: grande blog mt bom
gostei mt do texto, um grande apelo para que as pessoas votem no mais correcto e humano e nao que votem no mais facil...
Eu tenho um sonho que um dia o Direito a Vida seja reconhecido em todo o Mundo!
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