domingo, 14 de janeiro de 2007

A Campanha do Sim

Veio hoje a público o discurso do Francisco Louçã no Instituto Português da Juventude, no Algarve. Aí disse que a Campanha do Não era financiada por "milionários anónimos" (edição digital do Jornal PÚBLICO). Antes de mais, deixem-me dizer que isto é uma forma de difamação tão baixa que até mete pena! Mas o problema reside no facto de a campanha do sim ser feita à base de mentiras "gritadas", para tentar que sejam mais ouvidas do que as verdades que o Não diz de uma forma clara, concisa, calma e tranquila. As mentiras do sim, começam no próprio facto... de o sim existir! Porque os seus argumentos são inválidos e a causa da sua luta é, no mínimo, macabra. Mas, para que fique claro que a demagogia está do lado do sim, como é que a Inês Pedrosa pode afirmar na Apresentação do Leilão de Arte do sim, que os movimentos e as gentes apoiantes do Não, nada fizeram pela Mulher com problemas, desde o último referendo de 1998? O Não nada fez? De facto, se se subtrairem as Associações de ajuda à Mulher e à Criança, se se subtrairem as recolhas de fundos para essas instituições (porque o Estado não as apoia), se se continuar a subtrair os profissionais de diversas áreas - advogados, médicos, enfermeiros, psicólogos e até mesmo algum patronato - que ajudaram, dentro do respectivo espaço de manobra, a Mulher, se se subtrairem todo este tipo de coisas, de facto, o Não nada fez desde 1998! Mas pelo menos, depois de todas estas contas de subtrair, ficamos ao mesmo nível do que o sim, porque a verdade é que quem nada fez pela Mulher, foi o sim! Calma!!! Temos que somar o que o sim fez pela Mulher: referendo ao aborto, campanha pelo aborto (e aqui sim, gastar dinheiro, não de milionários, mas dos contribuintes que têm que financiar as actividades dos partidos), ...! De facto, posto deste modo, o Não fez menos. Deixem-se de palermices! Não tem cabimento dizer que o Não nada fez! O sim, está a fazer uma campanha sem qualquer espécie de honestidade intelectual, porque este tipo de intervenções mentirosas e caluniadoras, não ficaram por ali. Precisamente hoje, o Francisco Louçã disse que o Não era financiado por "milionários anónimos" comandados por Bagão Félix e Maria José Nogueira Pinto. Antes de mais, se são "anónimos", como é que o Francisco Louçã sabe que são milionários? A mentira começa aqui, mas não acabou; o Francisco Louçã nada tem a ver com a origem dos fundos da campanha do Não porque, além de não ser a campanha dele, são fundos permitidos por lei. E o Francisco Louçã é um grande defensor do valor da lei, como se pode ver pela forma como defende a deste referendo. No seu discurso, no entanto, o Francisco Louçã chegou ao ponto de dizer que os ditos milionários investiam grandes quantidades de dinheiro para que o Estado não pudesse ajudar uma Mulher pobre com um tostão! Isto não tem pés nem cabeça! O Não quer ajudar a Mulher, precisamente dando-lhe dinheiro, não materializado em aborto mas sim em subsídio à natalidade (por exemplo). É mentira quando se diz que o Não quer proibir o Estado de ajudar a Mulher. O que nós não queremos é que o Estado trate da Mulher em risco, com outro problema, o aborto, que é uma injustiça para a Mãe, para o Pai e para o Filho... e para os Avós, Tios, Primos e para toda a restante Família. Daí a campanha do Não se esforçar em recolher donativos para ser capaz de alertar e esclarecer a sociedade num sentido: há Mulheres com problemas e nós queremos ajudá-las; e quando são ajudadas, a vontade das Mulheres não é abortar mas ter o Filho.
Em suma, é esta a campanha do sim? Mentir, instrumentalizando o carácter emocional das pessoas? Só assim é que o sim, mesmo não tendo razão, consegue ser ouvido.

3 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem, ilustre jovem Tomaz! É preciso argumentar sempre em verdade e factos reais, dos quais todos temos conhecimento. Os meus parabéns por esta tua argumentação

Anónimo disse...

Uma opinião "apaixonada" de quem demonstra ter, não só conhecimento e preocupação social, mas também um conjunto de valores. Parabéns, gostei do que li...

Anónimo disse...

Caro amigo, está coberto de razão. Os argumentos ridículos do "sim ao aborto", são apenas mais um passo para avançar na bandalheira que a condição humana tem mergulhado, libertam-se do problema social, matando, mostrando assim falta de capacidades tomando a posição de gente fraca e irresponsável e de coração endurecido... Isto é um começo para depois outros problemas sociais poderem ser resolvidos da mesma diabólica maneira. Temos a terceira idade que já atirada para lares, temos o insucesso escolar, enfim, uma série de problemas que se levarem o mesmo rumo teremos uma sociedade absolutamente alheada da verdade e arranjando argumentos de morte para lavar daí as suas mãos e se apresentar como uma sociedade "sem chagas" (à vista)... São como sepulcros caiados, por fora são branquinhos e com flores, mas por dentro cheiram a morte.

A felicidade é deixar nascer e lutar pelo crescimento da criança.
Ou será que definição de felicidade é ver deitar os restos do feto que crescia dentro de nós para dentro do caixote do lixo??

Estranha forma de vida…
É o tempo do descartável, usar e deitar fora.

È preciso realmente mudar o nosso modo de vida para retroceder o caminho.
Este caminho que a humanidade tem seguido já nós estamos a ver onde vai dar
e também já alguém há muitos anos nos disse que seria assim.
Não é possível chegar a um sitio comum se cada um constrói a sua própria casa.
Só há uma maneira de chegarmos ao mesmo objectivo, que é construirmos as casas uns dos outros.

Cumprimentos e felicidades

Jorge