"O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos admitiu hoje que o Estado poderá ter que contratualizar a realização de abortos em clínicas privadas, na sequência da aprovação da despenalização da interrupção voluntária da gravidez até às 10 semanas, noticia a Lusa.
Questionado sobre se considera que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem capacidade para responder a todos os pedidos de interrupção voluntária da gravidez legal, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) reconheceu que, caso seja necessária a realização de uma «opção cirúrgica», poderão existir alguns «problemas».
«Depende muito do número de abortos que se irão realizar, porque tanto se fala de 20 mil como de 80 mil, mas, de qualquer maneira, penso que os serviços, que já de si são limitados, poderão ser afectados», disse o secretário-geral do SIM, Carlos Arroz, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com o líder do PSD, Luís Marques Mendes.
Lembrando que, nos últimos meses, alguns blocos de partos foram encerrados por decisão do Governo, Carlos Arroz reconheceu que o «acréscimo de serviço» poderá trazer «alguns problemas e constrangimentos».
«E, não sendo o Estado capaz de assegurar o serviço dentro dos hospitais, é natural que tenha que contratualizar esse mesmo serviço com as clínicas privadas que profusamente irão aparecer», sublinhou.
Menos «drástico» será assegurar as consultas de aconselhamento às mulheres grávidas que querem abortar e que deverão ficar consagradas na legislação, acrescentou Carlos Arroz.
«Se hoje já se fazem 37 milhões de consultas por ano nos centros de saúde, mão me parece que juntar a esse número mais 80 mil seja drástico», referiu.
Quanto à necessidade de se alterar o código deontológico dos médicos, Carlos Arroz disse que, como médico, entende que este «deve seguir a lei geral do país»."
fonte: Portugal Diário
A este artigo irei fazer apenas três comentários que me parecem interessantes:
1º- "Menos «drástico» será assegurar as consultas de aconselhamento às mulheres grávidas que querem abortar": sobre esta questão gostava apenas de lembrar que estas consultas de aconselhamento não estão confirmadas que existirão, antes pelo contrário ninguém sabe nada sobre isso. Lembro só que no referendo de 1998 estas consultas eram referidas no projecto de alteração de lei, o mesmo não aconteceu agora. A ver vamos.
2º - "Lembrando que, nos últimos meses, alguns blocos de partos foram encerrados por decisão do Governo". Aqui está visível a estratégia do governo: Fecham-se blocos de partos, fazem-se protocolos com clinicas de aborto.
3º -"o Estado poderá ter que contratualizar a realização de abortos em clínicas privadas". Isto só vem confirmar o que já muitos de nós sabiamos: por detrás de tudo isto estão negócios de milhões de euros à custa da vida de milhares de inocentes.
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