sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Cavaco apela ao bom senso

O CDS-PP elogiou hoje o apelo de Cavaco Silva ao bom senso na elaboração da nova lei do aborto, considerando que as palavras do Presidente da República podem "ajudar a que vença uma linha mais moderada e consensual".
O Presidente da República apelou quarta-feira a "soluções de bom senso, equilibradas e ponderadas" para a nova lei do aborto, na sequência da vitória do 'sim' à despenalização no referendo de domingo.
Para Cavaco Silva, não se pode "rejeitar a possibilidade de estabelecer consensos alargados" numa matéria que "pode ter causado rupturas na sociedade portuguesa", durante a campanha para o referendo da despenalização do aborto até às 10 semanas.
"Este é um tema que divide os portugueses e que criou cisões na sociedade portuguesa", corroborou o vice-presidente da bancada do CDS Mota Soares, em declarações aos jornalistas no Parlamento.
Para Mota Soares, "é fundamental saber que tipo de 'sim' dentro do PS vai ganhar: se um 'sim' mais radical ou mais moderado".
"A declaração do Presidente da República pode ajudar a que vença uma linha mais consensual e mais moderada", referiu.
O deputado democrata-cristão sublinhou que "agora é que se verá quem é verdadeiramente contra o aborto".
"Veremos se Portugal vai ter uma lei mais moderada, à semelhança do que são algumas leis europeias, ou se vai ter uma lei mais radical, em que a prática do aborto passa quase a ser incentivada pelo Estado", referiu.
Também na quinta-feira, na primeira vez que falou sobre os resultados do referendo, Cavaco Silva prometeu analisar "com toda a ponderação e com todo o bom senso" a nova lei sobre o aborto, evitando pronunciar-se sobre um cenário de veto.
"Compete ao Presidente da República, no tempo próprio, fazer a análise dos diplomas. Fá-lo-ei, como sempre fiz, com toda a ponderação e com todo o bom senso", disse o Chefe de Estado.
No referendo de domingo ganhou o "sim" 59,24 por cento dos votos e o "não" recolheu 40,76 por cento dos votos, oito anos depois da consulta, em 1998, em que ganharam os opositores às alterações da lei.

Notícia LUSA

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