O líder do CDS-PP, Ribeiro e Castro, desafiou esta segunda-feira os defensores do «sim» à despenalização do aborto a apresentarem provas de que até às dez semanas não há vida humana e que há mulheres presas pela prática de aborto.
Antes de um almoço com representantes de instituições que apoiam grávidas, mães e crianças em situações de risco, Ribeiro e Castro lançou um conjunto de doze provas que o «sim» teria que apresentar até ao final da campanha para o referendo de domingo.
«Tentem provar que não há vida humana até às dez semanas (...) tentem provar que não interessa, que o feto, o filho, não morre no aborto», desafiou, exortando também os partidários da despenalização a provarem que se realizam 20.000 abortos ilegais por ano em Portugal.
Segundo o líder do CDS-PP, os números oficiais do Ministério da Saúde «estão muito abaixo» desses valores.
Ribeiro e Castro exigiu ainda provas de que o aborto clandestino irá desaparecer, se o «sim» ganhar, e de que há mulheres presas com a lei actual.
No almoço, realizado na sede do CDS-PP, os representantes das instituições Ponto de Apoio à Vida, Ajuda de Berço e Ajuda de Mãe partilharam as queixas das dificuldades financeiras.
Por exemplo, na Casa de Santa Isabel, apoiada pelo Ponto de Apoio à Vida, são necessários 1.813 euros por mês por cada mãe, com a segurança social a conceder um apoio de 778 euros mensais.
Na Ajuda de Berço, o balanço de encaminhamento de crianças é positivo: das 155 crianças que apoiaram desde 1999, 41 foram adoptadas e 62 regressaram à família de origem.
«Se não existisse a Ajuda de Berço provavelmente a maioria destas crianças não teria nascido», afirmou Pedro Rodrigues, um dos responsáveis da instituição.
A Ajuda de Mãe, que nasceu também depois do referendo de 1998, dedica-se sobretudo ao apoio de grávidas, acompanhando cerca de 300 por mês.
Apesar de se assumir como católica praticante, a responsável desta instituição orgulha-se de não discriminar ninguém.
«Independentemente de eu ser católica, eu também lá tenho raparigas que são comunistas», afirmou Maria Flor Mendonça.
Também presente no almoço, a dirigente do CDS-PP Maria José Nogueira Pinto apelou a um maior combate das causas do aborto, elegendo o abandono como uma das principais.
«Hoje a maior causa de aborto é a situação de abandono da mulher, abandono pelo companheiro, pelo marido, pelos pais, pelos amigos, pelo empregador», afirmou Nogueira Pinto, que invocou a sua experiência como provedora da Santa Casa da Misericórdia para deixar um apelo.
«Eles são muito mais felizes vivos», disse.
(...)
Fonte: Diário Digital / Lusa, 05-02-2007
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