O CDS-PP criticou hoje o "comportamento politicamente irresponsável" do PS, exigindo que o partido "esclareça com a máxima urgência" as alterações que pretende fazer à lei para despenalizar o aborto até às dez semanas.
Numa reacção às declarações do líder parlamentar do PS, que afirmou hoje à tarde que não haverá aconselhamento obrigatório na lei para as mulheres que queiram abortar até às dez semanas, porque seria uma imposição "à revelia" do resultado do referendo, o deputado do CDS-PP José Paulo Carvalho considerou "lamentável" esta atitude dos socialistas.
"No fundo, isto vem confirmar o que o CDS-PP disse ao longo da campanha : votar 'sim' era passar um cheque em branco ao PS. Os socialistas, como sempre alertámos, não sabem o que vão fazer", disse José Paulo Carvalho, em declarações à Lusa, considerando que estas afirmações mostram que o PS está a "interpretar à maneira que bem entende o resultado político do referendo".
"Lamentamos que o PS se esteja a comportar de foram politicamente irresponsável", acrescentou, considerando que os socialistas "já tinham obrigação" de saber o que pretendem fazer.
Salientando que "o PS sempre disse que ia haver aconselhamento obrigatório para as mulheres que querem abortar", José Paulo Carvalho criticou "o percurso sinuoso, incoerente, com avanços e recuos" que a preparação das alterações à lei está a conhecer.
Por isso, acrescentou, o CDS-PP exige que os socialistas "esclareçam com a máxima urgência o que pretendem fazer", pois trata-se de uma questão fundamental que exige "seriedade e prudência".
José Paulo Carvalho recordou ainda que no dia do referendo o PS fez saber que estava a pensar inspirar-se no modelo alemão, "que prevê o aconselhamento ".
"Mas, afinal, agora vem o líder parlamentar dizer que o aconselhamento não vai ser obrigatório. Ora, isso é o mesmo que dizer que não vai haver aconselhamento", salientou o deputado do CDS-PP, o único partido que defendeu o "não" no referendo.
Na sessão de abertura das jornadas parlamentares do PS, em Óbidos, Alberto Martins considerou que o resultado do referendo foi também uma vitória da bancada socialista e declarou: "ninguém fará a lei por nós".
"Não haverá naturalmente aconselhamentos obrigatórios, à revelia do que foi o mandato popular", frisou o líder parlamentar socialista, que adiantou ainda que "a lei será feita na Assembleia da República nos exactos termos desse mandato" e que "o período de reflexão naturalmente será curto".
Notícia: Lusa
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
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