quinta-feira, 8 de março de 2007

Açores não têm condições para IVG

O líder do PSD/Açores, Costa Neves, criticou esta quinta-feira o governo regional «pelo silêncio irresponsável e pelas indecisões sobre as condições e estruturas de saúde que disponibiliza nas ilhas para a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG)».
Falando numa conferência de imprensa, Costa Neves sublinhou que, ao contrário do continente, onde hoje é aprovada a lei, «no arquipélago não se sabe se a prática da IVG é possível em todas as ilhas».
«Como vai o governo regional compatibilizar as longas listas de espera com a prática da IVG e verificar se esta será ou não inviável caso existam objectores de consciência? No caso de não ser possível efectuá-la na rede pública ser á que existem estabelecimentos privados que o assegurem?», perguntou o dirigente social-democrata açoriano.
Costa Neves quer também que o executivo de Carlos César esclareça «quem paga os exames, internamentos, deslocações e estadias, se está ou não previsto algum pagamento aos profissionais que intervenham na IVG e se o orçamento da região dispõe de verba para isso».
Para o líder do PSD/Açores «é preciso que o governo regional atenda ao amplo consenso que a votação nas ilhas - quase 70 por cento pelo NÃO - expressou na promoção vida e se adoptem, por isso, medidas de boas práticas».
Nomeadamente, disse, o aconselhamento das grávidas, medidas que contrar iem o facto do arquipélago possuir o mais elevado índice do país de gravidezes na adolescência e iniciativas para a educação sexual, bem como de protecção à maternidade.
Para Costa Neves, «são necessárias medidas de apoio à família que contribuam para que nenhuma criança fique por nascer devido a limitações de natureza económica ou social dos pais».
No referendo de 11 de Fevereiro, o «não» voltou a ganhar na Região Autónoma dos Açores, tal como aconteceu em 1998, mas os votos no «sim» mais do que duplicaram.
Os dados do Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral (STAPE) indicaram a vitória do «não», com 69,05 por cento dos votos, o que representa uma quebra de 13,61 pontos percentuais face a 1998.
Nas ilhas, o «sim» subiu de 17,34 para 30,95 por cento, duplicando o número de votantes, de 8.368 para 17.168.

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